Em audiência pública, Beto Pereira mostra preocupação com os direitos dos motoristas de aplicativo

Em audiência pública, Beto Pereira mostra preocupação com os direitos dos motoristas de aplicativo

Mato Grosso do Sul é ponto de partida sobre as discussões do Projeto de Lei Complementar (PLC) 12/2024 que visa regulamentar direitos trabalhistas e atividades dos motoristas de aplicativos.

A primeira audiência pública sobre o tema, ocorreu na tarde desta quarta-feira (29), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em proposição do deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) que trouxe à Casa o relator do projeto o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos-PE), em parceria com os deputados estaduais Gerson Claro (PP-MS) e Paulo Duarte (PSB-MS).

O relatório do projeto foi finalizado na última segunda-feira (27) e deve ser apresentado para as comissões da Câmara Federal em julho.

O deputado Augusto Coutinho explicou os pontos do relatório e as novas alterações, incluindo a possibilidade dos motoristas estabelecerem uma remuneração mínima por hora e por quilômetro como critério para aceitar corridas.

Pela proposta, os motoristas passam a ser classificados como “trabalhador autônomo por plataforma”.  Enquadrados como contribuintes individuais para fins previdenciários deixando a obrigação de serem Microempreendedor Individual (MEI).

“A plataforma presta seu serviço, ela é importante e que tenha seus lucros para disponibilizar os serviços. Mas temos que ter regra e forma de fazer”, garantiu Augusto Coutinho.

Beto salientou que o relatório preliminar, disponibilizado pela Câmara, pode sofrer alterações até o último minuto antes da votação e o momento é de fazer os ajustes.

“Esse debate é fundamental acontecer em Campo Grande e agradecemos a participação expressiva de associações e usuários. Não aceitamos nenhuma proposta que inviabilize o serviço. Nós não queremos nenhuma proposta que gere insegurança ou precarize”, esclarece Beto Pereira.

O parlamentar de Mato Grosso do Sul enfatizou a necessidade de maior transparência. “É essencial estabelecermos uma relação clara e transparente com as plataformas, pois não vem prevalecendo nenhum interesse dos motoristas. Ao equilibrarmos essa relação, acredito que a Câmara Federal pode atuar como mediador para promover uma interação positiva entre os motoristas e as plataformas”, deseja Beto Pereira.

Em audiência pública, Beto Pereira mostra preocupação com os direitos dos motoristas de aplicativo

Sem necessidade de sindicalização

Outro ponto de destaque é a dispensa da sindicalização dos motoristas, o que vinha gerando insatisfação. Embora não seja necessário se sindicalizar, a questão da representação dos trabalhadores em âmbito legal foi mencionada pelo deputado Augusto Coutinho, ressaltando a necessidade de existência de um sindicato para representar a classe, conforme previsto na legislação brasileira.

O deputado federal destacou a importância de estabelecer regras claras e justas para a relação entre os motoristas e as plataformas, reconhecendo a relevância das empresas de aplicativos, mas defendendo a necessidade de garantir direitos e proteção aos trabalhadores.

A inclusão da redução do imposto de renda também foi mencionada como uma medida que impactaria positivamente a situação financeira dos motoristas.

Adicionalmente, as empresas terão a responsabilidade de recolher as contribuições previdenciárias, com o propósito de garantir a inclusão previdenciária dos trabalhadores. Entre os benefícios previstos nesta contribuição estão direitos como o auxílio-maternidade voltado às motoristas do sexo feminino.

Em Campo Grande, compareceram na audiência motoristas independentes e integrantes de sindicatos, associações e cooperativas de Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Pernambuco e do município de Dourados.